Podcast ‘Bicho na Escuta’ conversa com o veterinário pioneira na prescrição de maconha medicinal no país e tutora que utiliza óleo de cannabis para tratar a epilepsia de seu cachorro.
Uso medicinal da cannabis em pets é o tema desta semana do podcast Bichos na Escuta. Nesse período, a jornalista Giuliana Girardi conversa com Fábio Mercante de San Juan, médico veterinário que prescreve a maconha medicinal para tratamento de diversas doenças em animais, e Jooy Armelin, que adotou o óleo de cannabis para tratar a epilepsia de Braddock, seu cachorro. Consultora do podcast, a veterinaria Rita Ericson, também participa da conversa.
“Braddock passava o dia inteiro se arrastando pela casa. Agora ele é outro cachorro, completamente diferente. A
gente até o apelidou de ‘tourinho’. A mudança é descomunal.” — Jooy Armelin, tutora
Diagnosticado com epilepsia canina, o boxer Braddock tinha episódios de convulsão desde filhote, que chegavam a quinze por dia. Sua tutora, Jooy Armelin, ministrava remédios para a doença do animal, mas os efeitos colaterais o deixavam sonolento e sem força para atividades básicas. Há cerca de um ano, ela iniciou o tratamento com óleo de cannabis e conta que, agora, o cachorro tem uma vida normal e as crises de convulsão são raras e brandas. “Era um cachorro que vivia dopado, tanto que ele não conseguia ficar em pé e não tinha mais força muscular quando o óleo de cannabis começou a fazer efeito. Hoje ele corre, brinca, come. Agora é só alegria”, ela conta.
Conhecido como ‘Dr. PetCannabis’, Fábio Mercante de San Juan é especializado em canabinologia na medicina veterinária e oferece cursos de formação voltado para veterinários. Ele explica que o uso da maconha medicinal em pets tem resultados positivos no tratamento de doenças como artrite e artrose, displasias e distúrbios neurológicos, como a epilepsia. Contudo, a adoção da cannabis na medicina veterinária se encontra em um limbo jurídico no Brasil, pois falta regulamentação. “A regulamentação vem através de uma demanda. Eu já formei mais de mil veterinários e é isso que a gente acredita: vamos fazer a demanda, vamos mostrar que funciona e aí vamos conseguir uma regulamentação”, ele afirma.
